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"Tenho em mim todos os sonhos do mundo"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Todos vocês conhecem a Tabacaria de Álvaro de Campos, não? Bem, se não conhecem, deveriam conhecer porque é uma das "obras" de Fernando Pessoa mais ilustres e admiráveis. Deixo aqui o link  da Tabacaria para, se quiserem, ler. Venho com este tema hoje porque há 3 anos atrás (ou seja, no meu 12º ano), tive uma paixão intensa pela Tabacaria. Tudo começou quando a minha professora de português disse à minha turma que íamos ter uma palestra, ora todos sabem que palestras são bastante aborrecidas e que, normalmente, os oradores não cativam muito a atenção, pois, mas esta palestra foi diferente. O orador desta foi Sandro William Junqueira , um escritor, ator e encenador. A palestra foi acerca do seu trabalho e de um dos livros (que, por acaso, eu comprei) " No céu não há limões ". No entanto, a única parte que tenho bem presente na minha memória foi quando, Sandro William Junqueira, começa a proclamar a Tabacaria, foi das coisa

"O título não é mau, e a alma é ser-se"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Desculpem desde já a ausência, mas a falta de tempo (ou de vontade) vem de mãos dadas com as repercussões de crescer e de nunca ter tempo para parar e pensar sobre algo. É sobre este crescimento que vos venho falar hoje. Como já falei em posts anteriores, Pessoa falava no crescimento como sendo o condutor do nosso pensamento lúcido. Pensamos demasiado nas coisas, questionamos tudo e vivemos pouco o momento. (último post  em que falei dessa questão: " Pensar é estar doente dos olhos "). Mais uma vez vos falo em tom de desabafo, crescer foi algo que me apercebi que me tinha afetado há relativamente pouco tempo. Comecei a olhar para trás (não é um passado assim tão longínquo), amigos com quem tinha uma relação muito próxima, neste momento não passam de estranhos, pelos quais apenas mantenho uma relação de cortesia, as contas de casa para pagar, contar todos os tostões até ao último centavo. Comecei a dar valor a uma tarde de descanso

"O destino da loucura que os tomou" II

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Na continuidade do post anterior, hoje venho-vos falar um bocadinho deste tão maravilhoso livro. O "Ano da Morte de Ricardo Reis"começa na linha temporal em Dezembro de 1935, um mês depois de Fernando  Nogueira Pessoa falecer. Ricardo Reis vivera no Rio de Janeiro, Brasil até então, onde exercia a sua profissão, médico de clínica geral. Chega a Lisboa via marítima e aloja-se num hotel, onde, passado alguns dias ele já vê aquele pequeno quarto como uma casa pois, quando partiu, não deixou nada naquela cidade. No segundo dia, Reis visita o cemitério para ver a campa de Fernando Pessoa, esta "viagem" por este local foi das que mais me marcou, pois, Ricardo Reis, durante o caminho lê a missa que fizeram a Pessoa, no dia do seu enterro e este discurso é absolutamente arrepiante. Quando Ricardo Reis chega finalmente à campa, os sentimentos que Saramago coloca na escrita são palpáveis (eu chorei nesta parte, admito). Quando est

"O destino da loucura que os tomou" I

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Na continuidade do post anterior, em que falei acerca do livro do Desassossego, hoje venho-vos falar acerca de outro livro. No outro dia, estava eu pronta para dormir, no entanto, faltava-me o melhor, sono. Então pensei, "e porque não começar a ler um livro novo?", foi o que fiz, tinha começado um recentemente mas a sua escrita não me estava a agradar (às vezes acontece), então desisti e decidi, naquela noite, começar um novo livro. E é sobre este último que vou falar neste post. No dia 8 de Janeiro de 2017, fui com os meus pais ao Porto, já há algum tempo que lhes tinha pedido para me levarem à famosa livraria Lello e, nesse dia, fomos visitá-la. Tivemos de pagar um bilhete para visitar a livraria, no entanto, podíamos reaver esse valor do bilhete se comprássemos um livro. Eu adoro livros e qual é a melhor recordação que podemos levar de uma livraria se não... um livro? Visitei, sempre com o objetivo de encontrar O livro, não u

"Um apoio longinquo para o meu desasocego."

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje começo com uma pergunta: quem gostava de ter grandes obras na palma da mão e à distância de um clique? Pois, eu gostava e tive acesso a uma versão digital do Livro do Desassossego e fiquei felicíssima. O Livro do Desassossego foi escrito pelo semi-heterónimo, Bernardo Soares, e já conta com 4 edições diferentes, o livro já tem 104 anos, foi pela primeira vez editado em 1913 e, agora os seus leitores levam com uma lufada de ar fresco ao saber que, pela primeira vez existe em formato digital. Esta versão chama-se Arquivo LDoD (Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego) e foi apresentado na Faculdade de Letra da Universidade de Coimbra (FLUC). Quando me chamaram a atenção desta atualização fui logo pesquisar acerca disto, e ao ver o arquivo em si, penso que está super bem organizado, reúne numa versão digital, 4 versões do Livro do Desassossego, à primeira vista parece um pouco confuso, mas basta clicar naquilo que se quer le

"Todo o nada que és é teu"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje venho falar-vos um pouco no seguimento do post anterior, o pensamento, a dor de pensar, a maturidade para pensar e até que ponto é que estes estão connosco. No entanto hoje vou falar acerca do pensamento e desta visão que temos pelo mundo mas do ponto de vista de um animal, o gato. Os gatos, esses seres tão peculiares, tanto têm de amorosos como de malvados. Existe um poema de Pessoa que fala especificamente de um gato, o "gato que brincas na rua". "Gato que brincas na rua Como se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim, Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu." Como referi no post passado, Fernando Pessoa falava deste gato como tendo inveja do seu instinto e da sua felicidade porque, este apenas

"Pensar é estar doente dos olhos"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje venho-vos falar mais num tom de desabafo, sobre a dor do pensamento, este que nos assola quando menos esperamos. Pessoa referia a questão do pensamento como algo que a idade lhe trouxe, " Fernando Pessoa sente-se condenado a ser lúcido ", este questiona ao longo da sua obra poética a dor de pensar, pois, esta o obriga a questionar tudo à sua volta, sendo esta um entrave à sua felicidade, por isso, Pessoa sentia "inveja" de felicidade alheia, de pessoas que não pensavam e até, de animais. Mais uma vez Fernando Pessoa acerta em tudo aquilo que mais nos apoquenta a vida, só que com a genialidade que só ele conseguia fazer.  Todos nós pensamos, naturalmente, pensamos acerca de tudo e acerca de todos, só que, por vezes, este pensamento corrompe-nos, corrompe as nossas ações, as nossas éticas, os nossos valores, a nossa vida, até ao ponto em que, não pensar seria tão mais fácil.  Só que pensar não tem interruptor, que po